quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Carta ao Professor Edson Silva


Reproduzo carta escrita, inspirada por uma discussão filosófica nauseante durante a aula :P


Você me envenenou! Impingiu meu pensamento com ventos intempestivos imoladores. E engraçado que no meio de tanta turbulência, a questão central possui certa plenitude cósmica. Não há deslocamento ou divisão nesse terreno. Ele se reproduz continuamente, e a natureza dessa substância vem dela própria. Talvez o eterno retorno do mesmo (Nietzsche) valha também para esse caso. A contingência se reproduz, e dela somente arbitramos para poder conhecer qualquer coisa! “Sem registro não há diferenciação”.

Agora, certo, isso é sabido. Mas devemos deixar isso afetar a produção de conhecimento? Será que a sociologia deve circular tanto por essa lei epistemológica? Ela não está muito separada da realidade social? O homem há muito tempo “criou” códigos, e a partir de então, soube simbolizar. Daí surgiram todas as possibilidades de ingerência lingüística. E qual o peso disso em nossos trabalhos? Quer dizer que o trabalho sociológico busca analisar tais movimentos de ingerência enquanto sujeitos a um processo sócio-histórico?

Concordaria com tal abordagem na medida em que não no esquecêssemos das faculdades do entendimento: o homem não opera na contingência enquanto sujeito da ação. Ou melhor: para operar na contingência, devemos exterminá-la! A ação pode até se operar no entorno  de sistemas, mas qual seu valor científico – epistemológico – nesse caso?
Voltando às faculdades do entendimento, esse modelo não seria uma premissa para dar partida a qualquer produção científica? A partir do momento que as reconhecemos (mesmo sem conferir legitimidade), já não desvelamos nossa qualidade de “conhecedor”?
Ou seja, a razão crítica legitima a própria razão! Os sistemas psíquicos possuem a intencionalidade como fundamento autopoiético! Como diria Wittgenstein, podemos apenas apontar para isso. Não há mais o que fazer!

AAAAAA (melhor fazer um encerramento operativo)
Bruno

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