quarta-feira, 6 de junho de 2012

Resumo da Rio+20

Os meios justificam os fins.


É uma grande rotação retórica essa narrativa de Rio+20. Gira-se até ficar tonto. Quem quiser mergulhar no sentido aparente da história, a questão da sustentabilidade, ficará com a cabeça na areia. Basta olhar para a loucura ambígua que dispõe o evento:

Uma economia sustentável deve, necessariamente, pressupor uma sociedade civil sustentável. Isto é, as práticas ecológicas devem permear o mundo das massas, não bastando restringir-se à elite. Atenção ao termo "sociedade civil": onde ela não existe, não há preocupação ecológica, devido ao baixo consumo.

Mas qual é o evento organizado pela sociedade civil? A Cúpula dos Povos , que ocorrerá quase sincronicamente com a Rio+20. Enquanto a Rio+20 é uma iniciativa basicamente de governos e ONU, a Cúpula partiu de ONGs e outros movimentos menos alinhados ao poder do Estado.

Na mídia, toda a atenção é dada à Rio+20, que tem um investimento altíssimo e contará "com mais de 100 Chefes de Estado".

Chegamos ao resumo da ópera: "os meios justificam os fins". A honrada patifaria que encenarão os atores de Estado na Rio+20 darão combustível para o grande fanatismo de racionalismo que dispõe a ideia de sustentabilidade atualmente.Chamo assim porque ela claramente está aquém de questões muito mais prioritárias para os Estados, sendo muitas vezes adversária destas (vide caso Belo Monte).

Rio+20 organizada por Estados. Sustentabilidade será imposta de cima para baixo? Tolice pensar nisso, com esse Sistema Internacional rolando por aí... os meios justificam os fins, os lamentáveis fins que ficam acima dos panos!

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